Há pouco mais de cinquenta e cinco anos, pensou o então nosso Pároco, Rev.º Padre Dr. António Joaquim Alves das Neves, construir uma NOVA IGREJA matriz, para a nossa paróquia, substituindo assim, a existente e velhinha Igreja. Tempos muito difíceis, a crise não é só de agora, mas a sua vontade titânica, mais as palavras cativadoras e afectuosas, não deixando de ser austero no momento próprio, que também e tão bem, sabia proferir, naquele tempo, mais as influências de que dispunha, levaram-no a encarar a obra como difícil, mas possível.
Tinha-se, então, de arranjar meios para se angariar fundos para tal obra. Foram alguns os meios usados, hoje ainda em voga. Quem não se lembra do pequeno mealheiro de cartão com o formato da Igreja, onde todos eram convidados a depositarem uma moeda de um escudo? Mas foram de facto, os cortejos de oferendas, organizados por toda a freguesia/paróquia, depois agrupados conforme fosse mais funcional e capaz de atingir os objectivos finais, que maior notoriedade tiveram.
Assim, de toda a freguesia, saíram cortejos de oferendas, com as suas cantigas alusivas à construção da NOVA IGREJA, onde cada um, tudo fazia para ser o “campeão” e levar a “camisola amarela”. Verdade seja dita que a parte sul da paróquia quase sempre levava o primeiro prémio. Há poucos meses atrás, um grupo de mulheres fortes e amigas da Igreja e da paróquia, meteram mãos à obra, na organização de marchas que fossem réplicas desses antigos cortejos de oferendas.
Dessa iniciativa, fizeram-se já, dois espectáculos, que foram apresentados no salão cripta da nossa Igreja. O segundo diferente do primeiro, mas um e outro muito bonitos e com os mesmos objectivos principais: recordar aos daquele tempo o que foi feito, lembrar aos mais jovens o vigor e o ânimo que a paróquia continua a dar em favor do nosso património, angariando assim, mais alguns donativos para as obras paroquiais em curso e as que há para realizar. Desta vez, será no próximo dia 30 de Janeiro, como tem sido anunciado, às 15 horas, no salão do Centro Social e Cultural de Nossa Senhora das Mercês, em Beloi, a representação deste tão belo espectáculo. Pensamos, com a ajuda de todos, fazer com que o nosso salão seja pequeno, para tão grande afluência e com os “cinco” sentidos de cada um de nós, possamos ajudar a tornar, cada vez mais suaves, as contas que todos os meses vão sendo contabilizadas. Vamos todos colaborar e fazer deste espectáculo mais uma força de alegria e esperança.
Damião França