Jornadas Mundiais da Juventude em Madrid 2011

Mal ouvi as palavras “Jornadas Mundiais da Juventude” soube que tinha de participar, simplesmente tinha de fazer parte.

Para quem nunca ouviu falar, as Jornadas Mundiais da Juventude são um grande encontro de jovens de todo o mundo com o Papa e principalmente com Deus, surgiu por iniciativa do Papa João Paulo II e o principal objectivo é a evangelização e o dar a conhecer Cristo a jovens que não sendo necessariamente católicos desejem viver esta experiência pessoal do amor de Deus. Este ano realizar-se-ão em Madrid de 11 a 21 de Agosto e a nossa paróquia acedeu ao convite, e disponibilizou-se a preparar um grupo de jovens ao longo do ano de modo a que em Agosto possam participar neste encontro.

Não pensei duas vezes e à primeira oportunidade que tive preenchi o papel de inscrição. Agora pergunto-me, afinal o que é que me motivou a querer estar lá? Fé. Foi a primeira palavra que me veio à cabeça quando pensei no assunto. Necessidade de a aumentar, de a maturar, de a renovar, de a conservar, acima de tudo vontade de a viver, mas de uma forma diferente. Uma das melhores maneiras de intensificarmos a nossa fé é através da oração, mas ao longo do nosso dia nem sempre disponibilizamos tempo suficiente a esse simples acto e quando o fazemos é por vezes de forma tão mecânica e repetida que não deixa espaço à expressão da nossa fé, pelo menos não por completo. Assim, fugir à rotina, rezar de outra forma, em grupo, em uníssono de palavras, gestos ou simplesmente de pensamentos, com o Papa, com outros jovens, com Deus no coração, vai ser decerto uma oportunidade única de intensificar a chama da fé de “olhar para dentro” e numa silenciosa introspectiva repensar tudo e reavaliar desde crenças e valores a relações, seja com os outros, com nós mesmos ou com Deus. Libertar os pensamentos que no dia-a-dia usual nos impedem de chegar a Ele e de lhe abrir o coração por completo.

Outras duas palavras que dão nome aos motivos que estiveram na origem da minha vontade em me inscrever são Amizade e Partilha. Por pertencer ao Grupo de Jovens de Vale de S. Pedro estas são duas palavras que têm muita importância na minha vida, habituei-me a partilhar os bons e os maus momentos da minha semana todos os Sábados à tarde durante a reunião, acostumei-me a partilhar a minha fé não só durante as reuniões mas também nos momentos mensais de oração e também em outros eventos nos quais já participamos, como por exemplo, se bem se recordam, o Encontro Ibérico de Taizé. Desde que entrei para o grupo que já não sei o que é não partilhar pensamentos, ideias, canções, sorrisos, abraços, mas também lágrimas e frustrações, em suma, todos os momentos, e é assim que surge a Amizade. Por isso, saber que a maioria dos membros do Grupo de Jovens ia participar nas Jornadas deu-me ainda mais vontade de seguir em frente com a ideia porque assim esta experiência de amor transforma-se numa experiência de partilha e amizade que para além de nos unir enquanto grupo nos ajuda a crescer enquanto pessoas, a sermos maiores e melhores.

E por último a oportunidade de destruir barreiras e construir pontes. Sair do país e partir por Deus, pelo Amor, pela experiência. Ser acolhido por uma família de desconhecidos que durante dez dias vão dar de coração aberto tudo o que têm. Conhecer pessoas que independentemente da língua, da nacionalidade, da cor ou da idade estão ali muito provavelmente porque partilham algo comigo, a vontade, o desejo de participar, de estreitar a relação com Cristo ou até mesmo de O conhecer e de ter contacto com ele pela primeira vez. Criar novos laços com jovens que não precisam de ser de muito longe, podem até mesmo ser de aqui de S. Pedro da Cova mas que até agora nunca tinha tido a oportunidade de conhecer.

Até lá vai ser difícil, e o grupo de participação nas JMJ agora formado tem muito trabalho pela frente nomeadamente na angariação de fundos de modo a cobrir o máximo possível as despesas inerentes à participação. Mas isso não importa realmente, porque no fim, quando regressarmos a casa vamos de certeza ser um bocadinho melhores e vai haver um bocadinho mais de Deus em cada um de nós, e então aí vai de certeza valer a pena e não vão ser precisas razões para participar novamente numa próxima oportunidade.

Maria Helena